" poema para fukushima "
como um relâmpago
o dia intenso
aturde o céu
sem
sem
nuvens
lá fora
o uivo do vento
e com o crepúsculo
compartilho
tudo isso
tudo isso
nesta tarde fria
a mesma garça
mostra
mostra
os mesmos
caminhos
caminhos
na mesma tarde fria
o segredo
do crepúsculo
do crepúsculo
em silêncio
se revela:
se revela:
ah ! o crepúsculo !
ao som do vento terral
sentado contemplo:
- toda solidão -
e sob
um céu leitoso
um céu leitoso
quase invisível
e serena
e serena
a garça branca:
ah ! céu sem nuvens !
atrai meu olhar o luar
sobre as montanhas
eis a lua cheia -
na próxima
saberei
saberei
se aqui vou estar
à noite
as nuvens passam
perto dos montes:
- é chuva agora -
as nuvens passam
perto dos montes:
- é chuva agora -