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terça-feira, 31 de julho de 2012



pena eu estar sozinho -
já floresce na colina
o ipê amarelo


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na rua de casa
onde não há mais ninguém
se enche de sapos


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arco-íris de inverno -
o tesouro que procuro
no alto da montanha


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noite de lua cheia -
não me dá sossego
o uivo do cão


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retorno prá casa
com uma nova colheita:
a tosse crônica


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vento cortante -
minhas orelhas sentem
a passagem dele


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sob o cobertor
aguardo a tarde passar
lendo e sonhando


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apenas um cão
perambula pelas ruas -
vento minuano


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à beira do riacho
o salgueiro desfolhado
me mostra o caminho


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névoa da manhã -
em seu silêncio interior
a garça no brejo


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tenta em vão pescar
o pescador com sua rede
a lua de inverno


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azaléia branca -
uma rajada de vento
carrega sua cor


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noite escura -
de repente as trovoadas
assustam o cachorro


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na praça central
o silêncio impera agora -
o vento gelado


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no céu desta tarde
de um azul profundo surge
a lua crescente


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persigo sem pressa
as nuvens sobre a colina -
arco-íris de inverno


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entre suinãs
o marido e a mulher
namoram sem pressa


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outono à tarde -
nas ruelas do cemitério
lastimo em silêncio


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ruge o minuano
mesmo assim as aves pretas
sobre a carniça




segunda-feira, 9 de julho de 2012




baba de moça -
o noivo pula a fogueira
ao som do acordeon


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tarde de inverno
em meu bolso esquerdo
o milho cozido


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na festa junina
arde a grande fogueira
e o meu coração


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pipoca e pamonha
quentão e pé-de-moleque
formam a quadrilha


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noite de são joão
em meu bolso um pedacinho
de maria-mole