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sábado, 24 de setembro de 2011

ao amanhecer
neste dia sonolento -
percebo a azaléia

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sob a escadaria
aguardando o vendaval -
cachorros aflitos

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repentinamente
no gramado lá de casa -
o toró que cai

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o céu mais cinzento
com a nova estação -
campos queimados

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nova estação -
o capim em meio as pedras
já se mostra todo

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folhas secas ainda
no gramado após a chuva -
pés de jambolão

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já posso sentir
nos galhos do jambolão
o dia abafado

4 comentários:

  1. Uma estação para diversas experimentações climáticas. Um abraço, Yayá.

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  2. esta tarde gris
    con flores de ciruelo
    que llenan mi patio*

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  3. Luiz, tou tentando entrar em seu outro blog mas ta aparecendo um aviso de vírus, um tal malware... Fiquei curiosa em ler o poema, pois vi que fala de Recife. Outro dia entro novamente.
    E por aqui tudo delícia :)
    Beijos

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  4. ara! tu me perguntas o que é o amor. o amor são esses campos queimados, é flor de pau torando o aço, esse cão me perturbando com perguntas-latidos-uivados-choros miados na minha vindima, essa gata no telhado ronronando um pedaço de vento como égua-marinha se movendo à sede das águas, são esses aquários explodindo musgosalgas filigranas de paredes e auroras, amor é esse abraço na tarde sépia, a quando à noite tu me embrasas como fogueira inteira queimando na escuridão da rua, são esses pássaros de pedra na baía dos anjos, é flor es_tourada no peito, é esse hiato sem jeito, esses búfalos se chovando face a face, é o mostro do lago golfando golfinho em brasa na mão, arraias serpente elétrica entre epidermes, dispersos fragmentos de poesia, pêlos soltos, paixão, mordeduras no punho de me penetrar a carne o serne o veio tremente da alma, amor é esse soco no meu peito, me dá o teu escroto ovo onde germina e congemina paladar e palavra, me dá o teu golfo perverso, o teu poço o teu pouco tempo o teu gozo o teu esporro tosco me dá tudo na minha cara de lavra-vulva, me dá a tua tramadura, a tua tecitura túrgida, amor é est_ação é urdidura na perdra, envolver e revolver o barro úmido cavar os dedos até os sabugos sentirem as minhocas pulsando cmomo veias no interior profundo das estruturas sem falas como teu falo me muda... depois das chuvas esses meus sons abafados.

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