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terça-feira, 18 de outubro de 2011

envolta na névoa
a casa amarela fica
em minha memória

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à margem da lagoa
casal de flamingos rosas
estão bem vestidos

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na tarde que finda
o verdejante arrozal 
brilhante se curva

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encosta do morro -
as bananeiras se estendem
até o céu profundo

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nesta manhã quente
a raposinha atravessa
o breve aguaceiro

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plátanos frondosos -
à beira da estrada fico
olhando prá eles

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na tarde abafada
deitado sobre meus pés
meu cachorro dorme

6 comentários:

  1. OLá, Luiz...todos muito graciosos como esses flamingos vestidos de rosa... Um abraço daqui, desse lugar distante.

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  2. sueño con sauces
    que enrulaba el viento
    hace tiempo atrás*

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  3. raposa rápido posa no olhar do menino, e logo corre para a mata funda

    ***

    o cão esmorece
    esparramado
    na minha calçada

    ***

    a tarde é langorosa
    no silêncio da escrita
    a gata se espreguiça

    ***

    nas margens da lagoa
    imbiribas, araçás
    e bocas de cambucás

    ***

    coqueiros verdejantes
    de tarde sombreiam
    o pedaço de terra no mar

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  4. a tarde sépia vai se descansando no leito da espelhado da lagoa, alguns pescadores de sonhos ainda resistem até à noite, as águas vão ficando cada vez mais espumosas e fortes cortando o silêncio entre o tempo de lançar sobre as águas cada um a sua pesca a sua pista de fomes e querências, uma rede de mil ausências faltas e urgências, os pescadores resistem com certa paciência e gosto, bebem algo forte, sentem a brisa o sereno o sério veneno da vida criando rugas na face e contam suas histórias de lavar a cara, as mãos cortadas, o olhar ao longe, as bocas ainda sorridentes em lapsos de memórias infantis, nas rugas mais extensas da noite donde a voz sai e se perde na escuridão das águas celestes, as estrelas fazem presença incerta luz no olhar, o amanhã na cesta guardado com certa quentura ainda, uns peixes na calçada exibindo esperanças, som de guelras e bocas abertas, bolhas balaios escamas e postas de sorrisos retirados do mangue, homens a postos com anzóis e iscas - a vida ainda que pareça parada e como um curto poema ou haicai é mesmo sublime! O poeta pesca e descama suas palavras.

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  5. Luiz Gustavo

    Como sempre lindos haicais

    Um abraço

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