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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

após o luar
a garoa fina lava -
os campos de arroz

****

toda a noite
ao pé do monte sonhei ser -
esta garoa

****

agora eu sei -
minha jornada é mais curta
que esta garoa

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é garoa ainda
e cada vez mais longe
a silhueta do monte

****

sem rumo
eu poderia ser uma estrela
não fosse a garoa

****

nesta viagem
me fazendo companhia
só a fina garoa

****

até que enfim
chegamos em minha casa -
a garoa e eu

****

fecho a porta –
o passado vai embora
levando a garoa

****

é longa a noite -
já me fazem companhia
os mosquitos todos

****

preciso dormir -
livrem-me por favor
destes mosquitos

****

à luz de vela
o silêncio tem vida -
uma mariposa

****

sabiá de manhã
canta e diz para mim -
levante-se

6 comentários:

  1. hehe

    Que gostoso, Luiz!!! Lindo!!!

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  2. garúa fina
    la de mi tarde verde
    una mariposa*

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  3. "sem rumo
    eu poderia ser uma estrela
    não fosse a garoa..."

    Belissimo!
    Andréa

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  4. Grato, Luiz pelos presentes. Pus-me a seguir seu blog: excelentes construções. Abraços, Pedro.

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  5. Seduzida pelas palavras-plumas que deixaste em meu blog, vim namorar teus poemas alados e flutuantes...

    Estou encantada com a suavidade!!!

    Deixo abraços leves e azulados, e voltarei muitas vezes para pousar no teu telhado de vidro.

    Vou colocar um link lá no Ânkoras & Asas.

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