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segunda-feira, 19 de março de 2012

o canto das libélulas



entre os ramos
e o céu –
a manhã tomba

a primeira névoa
revoam noivinhas
de asas alvíssimas

o vendedor de rosas
incita a chama
da dama poderosa

entre a bruma
uma semilua
que não é minha nem tua

libélulas
soam as asas
numa festa estática

investe a formiga
contra a cigarra
na espessa bruma

vórtice pelos ramos
as crisálidas
translúcidas

libélulas compulsas
na líquida pretidão
seda em movimento

semprecrescente
a noitempresta à lua
olhos de medusa

esplêndido
espelho de prata –
a lua vociferava

Um comentário:

  1. O último deles retratou uma imagem muito bonita! A lua deu uma de Narciso!

    Muito bom!

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