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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

cão solitário
na tarde modorrenta
de língua de fora...


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ronda noturna -
arrasta-se na calçada
a lesma sozinha...


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flores secas
caindo sobre o gramado -
ainda belas...


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seguindo a estrada
o verdejante arrozal
é de tirar o fôlego...


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muitas estrelas
compondo o horizonte
brilham ainda mais...


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calor infernal -
mesmo à beira-mar
nenhuma brisa...

2 comentários:

  1. nas águas janeiras a setembras
    o cão lambilento e a lesma
    beiram a noite
    alisando suas solidões

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  2. Desde muitas manhãs esse cão me acompanha até a avenida onde atravesso para o trabalho, ele me ronda brincando com focinho alucinado molhado babando interior de minhas mãos fazendo córregos. Esse cão me leva me atravessa o caminho árido de onde parto até a hora de eu ter que ir mesmo. Ele me pula nas coxas me arranha com as patas e garras loucas, me lambe as pernas, as mãos, morde minha bolsa e puxa e repuxa as horas desfiando em pelos penas na pele com escrituras malignas de fazer o bem. Meu cão de não ser meu uiva chia mia rosna late chora e fica e fica a me perturbar, aí eu me inclino e acaricio seu corpo seu focinho sua cabeça e digo baixinho na sua orelha de abanar maus pensamentos que eu volto, volto a noitinha na minha lealdade. Então, eu me viro e na solidão de sempre sigo. E ele segue partinho seu caminho, sozinho. À noitinha quando retorno, atravesso a avenida, lá está ele me esperando e eu o amo.

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