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terça-feira, 31 de julho de 2012



pena eu estar sozinho -
já floresce na colina
o ipê amarelo


**

na rua de casa
onde não há mais ninguém
se enche de sapos


**


arco-íris de inverno -
o tesouro que procuro
no alto da montanha


**

noite de lua cheia -
não me dá sossego
o uivo do cão


**

retorno prá casa
com uma nova colheita:
a tosse crônica


**


vento cortante -
minhas orelhas sentem
a passagem dele


**


sob o cobertor
aguardo a tarde passar
lendo e sonhando


**


apenas um cão
perambula pelas ruas -
vento minuano


**


à beira do riacho
o salgueiro desfolhado
me mostra o caminho


**


névoa da manhã -
em seu silêncio interior
a garça no brejo


**


tenta em vão pescar
o pescador com sua rede
a lua de inverno


**


azaléia branca -
uma rajada de vento
carrega sua cor


**


noite escura -
de repente as trovoadas
assustam o cachorro


**


na praça central
o silêncio impera agora -
o vento gelado


**


no céu desta tarde
de um azul profundo surge
a lua crescente


**


persigo sem pressa
as nuvens sobre a colina -
arco-íris de inverno


**


entre suinãs
o marido e a mulher
namoram sem pressa


**


outono à tarde -
nas ruelas do cemitério
lastimo em silêncio


**


ruge o minuano
mesmo assim as aves pretas
sobre a carniça




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