campo de aspargos –
na tarde silenciosa
caminho sozinho
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cheiro de ameixa
enquanto cresce a garoa
entre os telhados
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garoa insistente -
aquecendo minhas mãos
o olhar do gatinho
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tarde de inverno -
meus sapatos encharcados
na hora do almoço
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vai-se o agosto -
em meus antigos poemas
as nuvens cinzentas
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garoa fria -
o cão só mete o focinho
pro lado de fora
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hoje o inverno
não me causa desconforto -
os velhos amigos
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cobrem meu quintal
as chuvas todas de agosto -
café na varanda
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inverno fenece -
feliz envelhecimento
cantam os pássaros